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Foto do escritorAo Redor - Cultura e Arte

A Presença das "lives"

Atualizado: 23 de jun. de 2020

Maria Rita, Seu Jorge, Daniel Jobim, Roberto Carlos, Zeca Pagodinho, Ivete Sangalo, Anitta, Zezé Di Camargo e Luciano estavam entre as principais lives no domingo do dia 9 de maio em homenagem ao dia das mães, em meio à pandemia por COVID-19. Um mês antes, Lady Gaga, Rolling Stones, Paul McCartney, Elton John, Stevie Wonder, Alanis Morissette e Andrea Bocelli estavam entre as atrações de One World: Together At Home. Cantores líricos e instrumentistas famosos gravam-se em curtas aparições para milhares de fãs. A live, um nome comum entre os internautas, transformou-se num movimento cultural que despertou a atenção de produtores e investidores do mundo inteiro.

Um artista famoso, que tocava em um estádio para umas 50 mil pessoas, viu-se tocando para centenas de milhares de fãs. Tomou-se consciência de que não há um limite para o número de espectadores. Onde há conexão de internet, há público.

Formas de remuneração estão sendo estudadas, afinal o setor cultural e criativo é um dos maiores para a economia do Brasil. Esse setor responde por 2,64% do PIB nacional e 3,9% do PIB do estado de São Paulo e merece atenção (fonte: Folha de São Paulo). Por enquanto são patrocínios de grandes marcas que pagam ao artista praticamente o mesmo de um show em um palco com público. Plataformas como o YouTube remuneram donos de canais através de anúncios adicionados ao vídeo, por conteúdo autoral e também por execuções públicas. Plataformas de crowdfunding, famosas em remunerar artistas e recompensar fãs, agitam-se para entrar nessa onda e não deixá-la acabar depois de a quarentena imposta a um terço da população mundial.

Um artista famoso, que tocava em um estádio para umas 50 mil pessoas, viu-se tocando para centenas de milhares de fãs.

Os usuários de redes sociais compartilham listas de lives que estão para acontecer, mas as informações se perdem em meio a tanto conteúdo diversificado. Um aplicativo recém-lançado promete dar foco na parte musical, é o musicScope. O músico que publicar sua live será visível para qualquer usuário do app, mesmo sem que este tenha seguidores. O único filtro para essa funcionalidade é o gênero musical. O usuário desta rede informa seus gostos musicais e saberá o que acontece conforme suas preferências.

Um aplicativo recém-lançado promete dar foco na parte musical, é o musicScope.

O fenômeno das lives no setor cultural não se restringe apenas à música. Está bem presente na dança e no teatro. E, mesmo sabendo-se que essa onda atingiu seu pico e já descendeu, ela não acabou, e está longe da acabar. Foi encontrado um novo e grande público e o artista quer mostrar o seu trabalho.


Uma nova era apresenta-se e é bem-vinda; rompendo fronteiras e entrando no lar daqueles que eram somente vistos em palcos sob luzes dos estádios e teatros. É melhor irmos nos acostumando com isso. Como diz Belchior em uma de suas grandes canções: "o novo sempre vem"!


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